Ser atriz, ser artista! Esse é meu destino!

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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Uma viagem ao passado


Sem eira, nem beira

Para chegar neste lugar era necessário pegar um trem, senti como se estivesse regressando anos, para uma época que eu nunca imaginei me encontrar. Os bancos eram de madeira e a paisagem que assistia pela janela era de campos, com poucas árvores e de vez em quando algumas vacas tomavam o espaço, quando mugiam faziam música juntamente com o apito do trem. A viagem foi de 45 minutos, tempo suficiente para entender que tão distante do sul, havia um lugar que apesar do tempo, não se entregou à modernidade.

Ao descer do trem fui surpreendida por carroças com ditados na parte de trás, estátuas de mármore, alamedas sem asfalto, casas com e sem eira nem beira, que distinguiam as classes sociais. De longe, avistava as igrejas, que de fora pareciam comuns, não muito diferentes das que havia visto antes, mas que por dentro escondiam tesouros. Ao entrar neste espaço sagrado, não podia tirar fotos, porque o mercúrio da câmera ofuscava o brilho do ouro. No altar mor, encontrava-se a maior riqueza, os pilares eram feitos de ouro retorcido, o que formava uma arquitetura magnífica. Meus olhos nunca haviam visto coisa igual. Tentei por um minuto orar, mas confesso que não consegui, pois o fascínio que sentia ao ver tanta riqueza, retirou de minha mente quaisquer pedidos ou agradecimentos a Deus.

Ao sair de lá, passei por um chafariz que tinha três saídas de água, que escoavam da boca de carrancas. Em cima, havia um Brasão da Coroa Portuguesa e a imagem de São José de Botas. O guia turístico contou que cada uma delas significava uma coisa. Não me recordo muito bem o que era, mas tinha a ver com o amor. Quem bebesse da primeira, era porque estava amando, quem bebesse da segunda é porque queria encontrar um amor, e quem bebesse da terceira queria de volta um amor perdido. Lembro-me que tomei das três para garantir, pois como era criança ainda, não sabia em qual das situações me enquadrava.

Chafariz São José

Eu nunca tinha visto tanta beleza ao mesmo tempo, uma mistura de melancolia com prazer se abateu sobre mim, sentimento provocado pela descoberta de histórias do Brasil. Estava conhecendo, desbravando uma terra que nunca imaginei pisar, seu nome, em homenagem a um grande mártir da história brasileira, que morreu enforcado, é intitulada Tiradentes.

Angélica Ertel, visita feita em Tiradentes no ano de 2005.

Um comentário:

  1. O meu amor sai de trem por aí
    e vai vagando degavar para ver quem chegou
    O meu amor corre devagar, anda no seu tempo
    que passa de vez em vento
    Como uma história que inventa o seu fim
    quero inventar um você para mim
    Vai ser melhor quando te conhecer (DO AMOR - TULIPA RUIZ)

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Uma mente inquieta!

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Atriz, Diretora e Produtora, formada pela Universidade Federal de Santa Maria - Proprietária da Empresa Performance Produtora Cultural

As Balzaquianas

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Foto: Luma Jochims