Ser atriz, ser artista! Esse é meu destino!

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O que é um ator-pensante-ator?

Ator, Ator Criador, Ator-Pensante-Ator

        O Ator em seus primeiros processos criativos é movido pela intuição. Entrega-se ao que está fazendo e pouco raciocina sobre o feito. O Ator inicia o fazer teatral sem saber movimentar-se pelo palco, não apresenta nenhuma, ou pouca presença cênica, é um ator inexperiente, cru. Mas, apesar da pouca técnica, é um ator, pois é o agente da ação. O diretor, responsável por instigar o novo ator a respeito da arte teatral, deixa que a espontaneidade deste seja totalmente aproveitada nesta primeira e importante jornada, pois ao adquirir a temida e desejada experiência, o ator perde o espontâneo e passa a criar. Torna-se então, parte do conjunto de Atores Criadores. 
          Um Ator Criador é aquele que ao receber um papel, apropria-se dele e cria gestos, movimentos, atividades, ações, intenções e reações, tudo necessário para a composição artística da personagem, e a modela. A partir disso, o ator começa a buscar técnicas que melhor o auxiliarão neste trabalho de composição cênica. Paralelamente a isso, o Ator Criador percebe que a espontaneidade, ao encarar o trabalho do teatro, tornou-se quase nula. Agora, o trabalho deste Ator Criador é a de lapidar técnicas e buscar aprimoramentos artísticos, estéticos e criativos. Inicia-se um processo de investigação da arte teatral. Este ator precisa exercitar-se não somente para aquecer seu corpo, mas também para treiná-lo, torná-lo um corpo preparado para a ação cênica. Nesta preparação técnica o ator percebe a necessidade de justificar-se. Suas inquietações agora ultrapassam a pura experimentação corporal, pois caminham em direção ao intelecto. Eis então que surge outro ator, aquele que une corpo e mente, transgride a mera criação e passa ao nível da inquietação artística, lhes apresento, o Ator-Pensante-Ator.
Este ator, após tornar-se instigado por inquietações e calejado por anseios artísticos, sente o primeiro impacto com a nova realidade. Agora o teatro ultrapassa a representação, atingindo um nível de reflexão artística, cultural, emocional, e ouso dizer, econômica e social. Aparece então, um termo novo, criado num dos ensaios do Grupo Máschara, no qual diretor e atriz discutiam o que era ser ator. Disse, através da minha espontaneidade que sentia falta de atores que vivessem e colocassem para fora a arte que lhes tira o sono, que lhes instiga, que mexe com seus problemas e que sim, por muitas vezes lhes fazem sofrer. Soltei ao vento então, pela primeira vez o termo Ator-Pensante-Ator e confesso ter me identificado com aquilo. Atriz e Diretor se olharam e a partir daquele dia, não se consideraram mais Atores, nem Atores Criadores e sim, Atores-Pensantes-Atores. Mas porque Pensante? Primeiramente me vem à mente a frase: Penso, logo existo! Sim, sou uma atriz que pensa a arte que faz, portanto esta arte se torna real, existente. Ao longo dos anos de teatro, as excitações artísticas aumentam e mexem com gavetas do meu pensamento, que ainda não foram reviradas. Aos poucos, a atriz-pensante-atriz cria opiniões a respeito de tudo que, de algum modo, à inquieta. Para cada ação uma reação, para cada lugar visitado um retrato mental, para cada personagem uma vida nova. Esta é a pessoa que me tornei, uma Atriz-Pensante-Atriz.
Portanto, meus caros, ao lerem esta definição e identificarem-se, sintam-se livres para usar o termo: Ator-Pensante-Ator. E que os devaneios artísticos rondem todos os dias as mentes inquietas dos Atores-Pensantes-Atores.

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Atriz, Diretora e Produtora, formada pela Universidade Federal de Santa Maria - Proprietária da Empresa Performance Produtora Cultural

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Foto: Luma Jochims