A pergunta mais corriqueira é: Por que você faz teatro? A resposta mais corriqueira é: Porque eu amo teatro! Mas excepcionalmente hoje eu quis me questionar sobre isso e me intrigar com meus devaneios solitários sobre este assunto. E realmente não tenho respostas formadas, apenas lembranças de momentos inesquecíveis que me permitem “sentir” o porquê faço isso até hoje. Já tive grandes personagens, já tive grandes companheiros de cena, já tive muitos elogios, diversas críticas, desistências de peças, recordações ruins, lágrimas de dor física e mental, risos por causa de colegas que fizeram cenas incríveis, emoção por ainda contracenar com garra depois de tanto tempo. Enfim, já senti todos os sentimentos imagináveis e inimagináveis que qualquer pessoa pode sentir. Então, ainda querem me perguntar isso: Por que faço teatro? Sinceramente, para viver, pra sentir todas as sensações do mundo em um só lugar, o palco, que é tranquilo, seguro e frágil, como eu sou no dia a dia. Que se torna forte, irresistível e sagaz como eu sou em cena. Que perpassa tudo em poucos segundos, que não vive pela metade, que é um lugar vazio, cheio de ideias novas, que permite a entrega de todos que ali se desnudam. Meu teatro é só meu, e eu não faço teatro, eu vivo teatro, e se não entendem ou desprezam, é porque não tem o prazer real que eu tenho em ser atriz, ou melhor, em nascer atriz!
Por Angélica Ertel
Nenhum comentário:
Postar um comentário