Ser atriz, ser artista! Esse é meu destino!

Ser atriz, ser artista! Esse é meu destino!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Entre-dois

Entre-dois...


         O corpo e a sensação do toque, o desejo e a realização da ação, tudo se conecta quando o olhar se cruza, quando os lábios se selam.
         Desejo e realização são coisas totalmente diferentes, e há de se pronunciar que quando eles se unem a impressão é indescritível.
         Deixar os corpos nus se tocarem, transgredindo as leis mundanas é o mais puro sentimento de liberdade.
         Que pra ti sejas o mais doce mel e que para mim seja pimenta malagueta, combinação do pecado com a purificação da alma...

                                     Por Angélica Ertel



domingo, 26 de junho de 2011

Vai Adelaide...

E numa noite fria de outono, ela simplesmente abriu a porta e foi embora. O que estava pensando ao agir assim? O que estava sentindo ao me abandonar desta maneira?

Não é assim que se deve tratar uma pessoa que a gente ama...
Mas é assim que nos ofendemos com quem amamos.

Quanto mais admiramos uns aos outros, mais difícil se torna a despedida, e como dói.
É uma dor física, mesmo sendo dor da alma. Dor de morte.

E hoje me encontro aqui, desgarrada de um lar. Sem o afeto que tanto me direcionou, sem os apertos de mão que me deram segurança por tanto tempo.

Por que tudo na vida tem um fim? Tenho medo dos ciclos e suas fases, mas tenho paixão pelos círculos, que rodam e voltam ao ponto onde iniciaram.

Ah, um dia eu ainda vou voltar ao marco zero. E que sabe de lá, não sairei jamais.
Eu era feliz e não sabia. Eu não sabia, mas eu era feliz!
         

                                Por Angélica Ertel

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A Mulher Balzaquiana por Arnaldo Jabor

Mulheres balzaquianas...

 

A medida que envelheço e convivo com outras,
valorizo mais ainda as mulheres que estão acima dos 30.
Elas não se importam com o que você pensa, mas se dispõem de coração se
você tiver a intenção de conversar.
Se ela não quer assistir ao jogo de futebol na TV, não fica à sua volta
resmungando, pirraçando... vai fazer alguma coisa que queira fazer... E
geralmente é alguma coisa bem mais interessante. Ela se conhece o
suficiente para saber quem é, o que quer e quem quer.
Elas definitivamente não ficam com quem não confiam. Mulheres se tornam
psicanalistas quando envelhecem. Você nunca precisa confessar seus
pecados... elas sempre sabem...
Ficam lindas quando usam batom vermelho. O mesmo não acontece com mulheres
mais jovens... Por que será, heim??
Mulheres mais velhas são diretas e honestas. Elas te dirão na cara se você
for um idiota, caso esteja agindo como um!
Você nunca precisa se preocupar onde se encaixa na vida dela. Basta agir
como homem e o resto deixe que ela faça...
Sim, nós admiramos as mulheres com mais de 30 anos!
Infelizmente isto não é recíproco, pois para cada mulher com mais de 30
anos, estonteante, bonita, bem apanhada, sexy, e bem resolvida, existe um
homem com mais de 30, careca, pançudo em bermudões amarelos, bancando o
bobo para uma garota de 19 anos...
Senhoras, eu peço desculpas por eles: não sabem o que fazem!
Para todos os homens que dizem: 'Porque comprar a vaca, se você pode beber
o leite de graça?', aqui está a novidade para vocês: hoje em dia 80% das
mulheres são contra o casamento e sabem por quê? Porque 'as mulheres
perceberam que não vale a pena comprar um porco inteiro só para ter uma
lingüiça!'.
Nada mais justo!

Arnaldo Jabor

sábado, 4 de junho de 2011

Helena e André em As Balzaquianas

As Balzaquianas - Helena e Adelaide

Adelaide em As Balzaquianas

Helena em As Balzaquianas

Os silêncios

O barulho pede trégua: silêncio!




            Tente por um segundo ficar em silêncio absoluto. Conseguiu? Dificilmente sim. Nossa mente irrequieta faz com o silêncio interior seja quase impossível, devido à gama de preocupações e agitações que envolvem os pensamentos. Nossa mente, ou nosso “eu” se depara com a correria do mundo e descompassa o ritmo interior do corpo, de maneira petulante, desordenada e até grosseira. Quantas vezes nos dizemos, eu quero paz? Quantas vezes a professora escreveu no quadro: Silêncio, alunos? Quantas vezes fazemos psiiiuu para os outros? Será que isso resolve?
            O barulho é a paz, acreditem. Se ficarmos cara a cara com o silêncio, descobriremos que somos seres pequeninos, solitários, vazios e o medo vai nos rondar. Quantas vezes nos disseram: vai por aquela rua que é mais movimentada? O ser humano não quer o silêncio, ele é perigoso. Nós queremos sim, é a ausência de som temporariamente para quebrar a monotonia do barulho constante. Mas por causa da grandeza do silêncio, quase inatingível, não nos permitimos mergulhar no nosso ego, id e superego, que revelariam a nós mesmo, nosso verdadeiro “eu”.
            Particularmente, não conheço o silêncio. Quando um ator dá uma pausa muito longa do seu texto, o público tosse, se movimenta na cadeira, se distrai. O silêncio é desconfortável. Acho que juntamente com os dinossauros, o silêncio já foi extinto. Torço para estar equivocada, e que isso não passe de devaneios de uma atriz que desconhece o silenciar. Eu ouvia, várias vezes, quando era criança: vai pro teu quarto e pensa no que você fez de errado minha filha. E lá tinha o silêncio, que eu chamava de “bicho papão”. Ao ir num retiro, me disseram, no silêncio nos encontramos com Deus. Mas no meu quarto o silêncio era um monstro, como pode ser Deus?
            Portanto, eu não sei responder o que é silêncio, porque ele nunca falou comigo. Pois mesmo tentando com todas as forças ouvi-lo agora, a rua, os carros, meu teclado, meu estômago, minha respiração, tudo não me permite. Então se algum dia alguém souber, me diga, em silêncio.
             
                                                                                          Angélica Ertel

Uma mente inquieta!

Minha foto
Atriz, Diretora e Produtora, formada pela Universidade Federal de Santa Maria - Proprietária da Empresa Performance Produtora Cultural

As Balzaquianas

As Balzaquianas
Foto: Luma Jochims